quarta-feira, 21 de novembro de 2012

“Aqui jaz um clube profissional de vôlei masculino 07/04/2009 – 21/11/2012”


Escrevo esta crônica após saber sobre a decisão da CBV em manter a vaga da Superliga para o Volta Redonda FUTEBOL Clube. 


Antes que o leitor esboce qualquer reação favorável ou desfavorável, vamos entender algumas coisas básicas:

Foi em uma terça-feira, sete de abril de 2009, que tudo começou. Na sala do prefeito reeleito Antônio Francisco Neto, se reuniam o prefeito, a secretária de esportes Rose Vilela, o presidente do Volta Redonda Futebol Clube Rogério Loureiro, o vereador Toninho Oreste, o até então atleta Eduardo Fernandes, entre outros coordenadores dos projetos de voleibol Voltarredondense.

“Este é o início de uma parceria para que o município seja a cidade do esporte, a cidade do vôlei”, declarou o prefeito na ocasião. Após a assinatura, Neto ligou para um empresário conhecido e agendou uma reunião com os coordenadores dos projetos da escolinha e do time adulto de Vôlei, para fechar patrocinador. Neste momento estava profissionalizado o clube de voleibol de Volta Redonda.

Naquele mesmo ano com a gerência do Eduardo, o clube conquistou o bicampeonato estadual e a tão sonhada vaga para Superliga Masculina de Vôlei, uma das maiores competições de voleibol do planeta.

Eu, Rafael, acompanho o Voltaço Vôlei desde sua fundação. E um fato sempre presente na arquibancada foi a dúvida em relação ao nome do clube. Porque o nome era Volta Redonda Futebol Clube e não Volta Redonda Vôlei Clube? Os superintendentes do vôlei sempre foram cobrados em relação a isso e nunca souberam responder.

Até que cansado da subordinação à diretoria do Volta Redonda Futebol Clube resolve, junto com a prefeitura – o maior apoiador desde o início do projeto – desvincular o vôlei e o futebol, e criar o Volta Redonda Esportes Clube para alegria da maior parte da torcida das quadras.

Porém por motivos que ainda não foram explicados pela diretoria do Voltaço Futebol, o presidente Rogério Loureiro não autorizou a mudança de nome. Por meio de uma rede social, Adriano de Souza, diretor de marketing do Volta Redonda Futebol Clube, tentou explicar: “Não entregamos porque nunca nos foi solicitado, feito uma proposta. Agora levar na ‘mão grande’ não”.

Não precisa ser um Albert Einstein ou um Karl Marx para saber que se tivesse feito uma proposta como diz o Adriano, o clube não cederia, pois a 19ª edição da Super Liga de Vôlei será a de maior número de jogos transmitidos ao vivo da história, seja por TV aberta ou TV fechada. E como o clube de futebol consegue no máximo seis transmissões por ano, eles não perderiam a chance de expor a marca VRFC nas televisões Brasileiras.

As maiores reclamações dos torcedores não foram em questão do nome do clube, mas, também, o que o clube de futebol dava em troca da mídia que o vôlei causava, novamente Adriano através de uma rede social tentou responder: “O clube sempre pagou as taxas, despesas de aluguel, cedeu ônibus, combustível e a empresa do presidente sempre foi patrocinadora da equipe. É uma inverdade que nunca olhamos para o Vôlei.

Até junho de 2012 – não posso afirmar como está agora - o Volta Redonda Futebol Clube recebia da Prefeitura Municipal de Volta Redonda 228 mil reais. Sendo, 108 mil reais para o futebol, cem mil reais para o voleibol masculino e vinte mil para o voleibol feminino. O diretor de marketing disse que o clube pagava as despesas de aluguel e o combustível, mas até onde sabemos, o clube pagava com o dinheiro do voleibol. Também disse que o clube cedeu o ônibus velho, grifo nosso. Vale lembrar que foi o Renato Soares, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos que conseguiu o novo ônibus para o clube de futebol. O mesmo Renato, que é amigo do prefeito Neto, que por sua vez tem o Eduardo Fernandes como braço direito. Também vale ressaltar que as viagens de longa distância eram patrocinadas pela GOL.

Agora, senhor diretor, você querer usar o papo de: “a empresa do presidente sempre foi patrocinadora da equipe” como se fosse uma ajuda da equipe de futebol já é demais. Como já foi citado, a Superliga é transmitida para todo Brasil, o que expõe a empresa do presidente para os quatro cantos do país.

Demissão do Eduardo Fernandes

Como se não bastasse a negação de Loureiro perante a mudança de nome, Rogério decidiu demitir o então “diretor de vôlei” Eduardo e colocar Sylvio Maia em seu lugar.

Eduardo Fernandes se destacou como jogador de voleibol em Sevilha, na Espanha, além de ter sido campeão estadual em 2008 com o Voltaço, faz curso de MBA em Gestão Esportiva. Sobra-lhe experiência para gerir um clube de vôlei do porte do Voltaço.

Enquanto Sylvio Maia, até onde é do conhecimento deste redator, nunca fez nada pelo Voltaço Vôlei.

Através de sua rede social, Eduardo, confirmou seu desligamento:

“Após quatro anos como criador, fundador e gestor do Projeto Volta Redonda Vôlei, gostaria de comunicar meu desligamento oficial do projeto. Foi quatro anos de muito suor, dedicação e alegrias, uma história que não poderá ser apagada, tão pouco substituída. Saio de cabeça erguida com o sentimento de dever cumprido e com resultados positivos, orgulho para todo o povo de Volta Redonda. Gostaria de agradecer a todos os nossos torcedores e amantes do Voleibol, a todos os atletas que fazem e fizeram parte desse projeto nível internacional. Agradeço a Prefeitura de Volta Redonda, a todos os patrocinadores dos últimos 4 anos e aos meus grandes amigos e parceiros nessa feliz etapa da minha vida. Ao Volta Redonda Futebol Clube, que será o novo administrador do projeto, desejo boa sorte.”

Um torcedor do Voltaço Vôlei comentou tal publicação: “Depois que levanta a pipa é fácil deixar outro dar linha”. Na mesma publicação, um outro torcedor comentou: “Voltaço está querendo afundar o vôlei como afundou o futebol.”

Eu realmente espero que o vôlei de Volta Redonda não tome o mesmo rumo do futebol, que os novos gestores do voleibol não tenham o mesmo pensamento dos gestores do futebol: “Não temos série nacional, mas estamos na elite estadual.” Esperamos que o vôlei se mantenha entre os dez melhores clubes do país.

E para finalizar tal crônica, gostaria de lembrá-los que a diretoria de futebol sempre reclama de atrasos do repasse, enquanto de vôlei nunca reclamou, será que agora com a saída do Eduardo, tudo continuará correto? Os torcedores mais otimistas não dão duas temporadas para o Voltaço Vôlei fecharem as portas.

Qualquer reclamação, sugestão, direito de resposta poderá ser pedido através da aba contatos em nossa página.



“Aqui jaz um clube profissional de vôlei masculino 07/04/2009 – 21/11/2012”

7 comentários:

  1. Parabéns pelo post, também sou um aficionado pelo VR, mas não posso estar perto procuro acompanhar de longe e sempre estar com a minha camisa do VR divulgando-o por aí. Parabéns e abraço!

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  2. Obrigado pelo comentário Caique, continue nos acompanhando, abraços!

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  3. Depois disso tudo que foi escrito e discutido, fica uma pergunta com uma interrogação bem grande:
    O Volei do V.Redonda, vai ou não vai disputar a 13ª superliga????????

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  4. Sim Katia, disputará. Porém com diretores diferentes.

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  5. Obrigado Rafael, e eu só perguntei pq não estava com coragem de perguntar para nenhum dos atletas que tenho no Face. Mais é muito triste saber que o time dos Gigantes de uma hora para outra pode acabar. Espero que eles façam jus ao nome em que chegou os Gigantes, Boa sorte para a nova diretoria!!

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  6. Parabéns pela crônica. Tudo dito é a pura verdade, mas infelizmente vivemos numa cidade onde as pessoas tem memoria curta. Espero que um dia alguém dê valor a quem merece e o Dudu merecia pelo menos um pouco de respeito pelo muito que fez pelo esporte. E depois dizem que ele queria pegar o time na mão grande. Tenho pena desse tipo gente

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  7. Fico lisongeado em receber um comentário de uma pessoa tão inteligente como você. Infelizmente,existem pessoas que acreditam em tudo que a nossa queridíssima diretoria diz. Um abraço, fique com Deus e continue nos acompanhando.

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