Escrevo esta crônica após saber sobre a decisão da CBV em
manter a vaga da Superliga para o Volta Redonda FUTEBOL Clube.
Antes que o leitor
esboce qualquer reação favorável ou desfavorável, vamos entender algumas coisas
básicas:
Foi em uma terça-feira,
sete de abril de 2009, que tudo começou. Na sala do prefeito reeleito Antônio
Francisco Neto, se reuniam o prefeito, a secretária de esportes Rose Vilela, o
presidente do Volta Redonda Futebol Clube Rogério Loureiro, o vereador Toninho
Oreste, o até então atleta Eduardo Fernandes, entre outros coordenadores dos
projetos de voleibol Voltarredondense.
“Este é o início de uma
parceria para que o município seja a cidade do esporte, a cidade do vôlei”, declarou
o prefeito na ocasião. Após a assinatura, Neto ligou para um empresário
conhecido e agendou uma reunião com os coordenadores dos projetos da escolinha
e do time adulto de Vôlei, para fechar patrocinador. Neste momento estava
profissionalizado o clube de voleibol de Volta Redonda.
Naquele mesmo ano com a
gerência do Eduardo, o clube conquistou o bicampeonato estadual e a tão sonhada
vaga para Superliga Masculina de Vôlei, uma das maiores competições de voleibol
do planeta.
Eu, Rafael, acompanho o
Voltaço Vôlei desde sua fundação. E um fato sempre presente na arquibancada foi
a dúvida em relação ao nome do clube. Porque o nome era Volta Redonda Futebol
Clube e não Volta Redonda Vôlei Clube? Os superintendentes do vôlei sempre
foram cobrados em relação a isso e nunca souberam responder.
Até que cansado da
subordinação à diretoria do Volta Redonda Futebol Clube resolve, junto com a
prefeitura – o maior apoiador desde o início do projeto – desvincular o vôlei e
o futebol, e criar o Volta Redonda Esportes Clube para alegria da maior parte
da torcida das quadras.
Porém por motivos que
ainda não foram explicados pela diretoria do Voltaço Futebol, o presidente
Rogério Loureiro não autorizou a mudança de nome. Por meio de uma rede social,
Adriano de Souza, diretor de marketing do Volta Redonda Futebol Clube, tentou
explicar: “Não entregamos porque nunca nos foi
solicitado, feito uma proposta. Agora levar na ‘mão grande’ não”.
Não
precisa ser um Albert Einstein ou um Karl Marx para saber que se tivesse feito
uma proposta como diz o Adriano, o clube não cederia, pois a
19ª edição da Super Liga de Vôlei será a de maior número de jogos transmitidos
ao vivo da história, seja por TV aberta ou TV fechada. E como o clube de futebol
consegue no máximo seis transmissões por ano, eles não perderiam a chance de
expor a marca VRFC nas televisões Brasileiras.
As maiores reclamações
dos torcedores não foram em questão do nome do clube, mas, também, o que o
clube de futebol dava em troca da mídia que o vôlei causava, novamente Adriano
através de uma rede social tentou responder: “O
clube sempre pagou as taxas, despesas de aluguel, cedeu ônibus, combustível e a
empresa do presidente sempre foi patrocinadora da equipe. É uma inverdade que
nunca olhamos para o Vôlei.”
Até
junho de 2012 – não posso afirmar como está agora - o Volta Redonda Futebol
Clube recebia da Prefeitura Municipal de Volta Redonda 228 mil reais. Sendo,
108 mil reais para o futebol, cem mil reais para o voleibol masculino e vinte
mil para o voleibol feminino. O diretor de marketing disse que o clube pagava
as despesas de aluguel e o combustível, mas até onde sabemos, o clube pagava
com o dinheiro do voleibol. Também disse que o clube cedeu o ônibus velho, grifo nosso. Vale lembrar que
foi o Renato Soares, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos que conseguiu o
novo ônibus para o clube de futebol. O mesmo Renato, que é amigo do prefeito
Neto, que por sua vez tem o Eduardo Fernandes como braço direito. Também vale
ressaltar que as viagens de longa distância eram patrocinadas pela GOL.
Agora,
senhor diretor, você querer usar o papo de: “a empresa do presidente sempre foi
patrocinadora da equipe” como se fosse uma ajuda da equipe de futebol já é
demais. Como já foi citado, a Superliga é transmitida para todo Brasil, o que
expõe a empresa do presidente para os quatro cantos do país.
Demissão
do Eduardo Fernandes
Como se não bastasse a
negação de Loureiro perante a mudança de nome, Rogério decidiu demitir o então “diretor
de vôlei” Eduardo e colocar Sylvio Maia em seu lugar.
Eduardo Fernandes se
destacou como jogador de voleibol em Sevilha, na Espanha, além de ter sido
campeão estadual em 2008 com o Voltaço, faz curso de MBA em Gestão Esportiva. Sobra-lhe
experiência para gerir um clube de vôlei do porte do Voltaço.
Enquanto Sylvio Maia, até
onde é do conhecimento deste redator, nunca fez nada pelo Voltaço Vôlei.
Através de sua rede
social, Eduardo, confirmou seu desligamento:
“Após
quatro anos como criador, fundador e gestor do Projeto Volta Redonda Vôlei,
gostaria de comunicar meu desligamento oficial do projeto. Foi quatro anos de
muito suor, dedicação e alegrias, uma história que não poderá ser apagada, tão
pouco substituída. Saio de cabeça erguida com o sentimento de dever cumprido e
com resultados positivos, orgulho para todo o povo de Volta Redonda. Gostaria
de agradecer a todos os nossos torcedores e amantes do Voleibol, a todos os
atletas que fazem e fizeram parte desse projeto nível internacional. Agradeço a
Prefeitura de Volta Redonda, a todos os patrocinadores dos últimos 4 anos e aos
meus grandes amigos e parceiros nessa feliz etapa da minha vida. Ao Volta Redonda
Futebol Clube, que será o novo administrador do projeto, desejo boa sorte.”
Um
torcedor do Voltaço Vôlei comentou tal publicação: “Depois
que levanta a pipa é fácil deixar outro dar linha”. Na
mesma publicação, um outro torcedor comentou: “Voltaço está querendo afundar o vôlei
como afundou o futebol.”
Eu
realmente espero que o vôlei de Volta Redonda não tome o mesmo rumo do futebol,
que os novos gestores do voleibol não tenham o mesmo pensamento dos gestores do
futebol: “Não temos série nacional, mas estamos na elite estadual.” Esperamos
que o vôlei se mantenha entre os dez melhores clubes do país.
E para
finalizar tal crônica, gostaria de lembrá-los que a diretoria de futebol sempre
reclama de atrasos do repasse, enquanto de vôlei nunca reclamou, será que agora
com a saída do Eduardo, tudo continuará correto? Os torcedores mais otimistas
não dão duas temporadas para o Voltaço Vôlei fecharem as portas.
Qualquer
reclamação, sugestão, direito de resposta poderá ser pedido através da aba
contatos em nossa página.
“Aqui jaz
um clube profissional de vôlei masculino 07/04/2009 – 21/11/2012”
Parabéns pelo post, também sou um aficionado pelo VR, mas não posso estar perto procuro acompanhar de longe e sempre estar com a minha camisa do VR divulgando-o por aí. Parabéns e abraço!
ResponderExcluirObrigado pelo comentário Caique, continue nos acompanhando, abraços!
ResponderExcluirDepois disso tudo que foi escrito e discutido, fica uma pergunta com uma interrogação bem grande:
ResponderExcluirO Volei do V.Redonda, vai ou não vai disputar a 13ª superliga????????
Sim Katia, disputará. Porém com diretores diferentes.
ResponderExcluirObrigado Rafael, e eu só perguntei pq não estava com coragem de perguntar para nenhum dos atletas que tenho no Face. Mais é muito triste saber que o time dos Gigantes de uma hora para outra pode acabar. Espero que eles façam jus ao nome em que chegou os Gigantes, Boa sorte para a nova diretoria!!
ResponderExcluirParabéns pela crônica. Tudo dito é a pura verdade, mas infelizmente vivemos numa cidade onde as pessoas tem memoria curta. Espero que um dia alguém dê valor a quem merece e o Dudu merecia pelo menos um pouco de respeito pelo muito que fez pelo esporte. E depois dizem que ele queria pegar o time na mão grande. Tenho pena desse tipo gente
ResponderExcluirFico lisongeado em receber um comentário de uma pessoa tão inteligente como você. Infelizmente,existem pessoas que acreditam em tudo que a nossa queridíssima diretoria diz. Um abraço, fique com Deus e continue nos acompanhando.
ResponderExcluir